Santo
Agostinho, um dos grandes formuladores do catolicismo, uniu a teologia à
filosofia. Sua contribuição para o estudo das taxas de juros, ainda que
involuntária, foi tremenda. Em suas ”Confissões”, o bispo de Hipona, filho de Santa
Mônica, conta que, ainda adolescente clamou a Deus que lhe concedesse
a castidade e a continência e fez uma ressalva - ansiava por essa graça, mas
não de imediato. Ele admitiu que receava a concupiscência natural da
puberdade.
A
atitude de Santo Agostinho traduz impecavelmente a urgência do ser humano em
viver o aqui e agora. Essa atitude alia-se ao desejo de adiar quanto puder a
dor de arcar com as conseqüências do desfrute presente sejam elas de ordem
financeira ou de saúde.
É
justamente essa urgência que explica a predisposição das pessoas, a pagarem
altas taxas de juros para usufruir o mais rápido possível seu objeto de desejo.
Os juros são o preço que se paga pelo adiantamento do prazer, isso acontece
porque o homem não sabe por quanto tempo vai viver e, portanto valoriza
excessivamente o presente, paga caro hoje porque não sabe se vai estar vivo ou
em condições de usufruir seu objeto de desejo no futuro, parece-me uma troca
quase chegando às raias da naturalidade.
Somos
instigados ao proveito material imediatista, compramos automóveis com
juros escorchantes, com carnês de financiamento que mais parecem um
exemplar da bíblia por puro desejo imediato, e às vezes para não dizer sempre
levamos a chaves do bem para ser (ungido-animismo), (trataremos deste assunto
em outra ocasião) onde será que colocaremos em breve os textos que tratam de
ansiedade?
Paz e bem a
todos que de alguma forma buscam esta libertação.