quarta-feira, 13 de julho de 2011

ESSE É O MISTÉRIO

Sem dúvida, na vida de todos nós houve períodos de intenso fervor, nos quais quase pudemos tocar a bondade de Deus. Ler a bíblia, reuniões de oração, encontros esperando manifestações de poder, horas devocionais em fim, era agradável pensar em Deus, um consolo falar com ele, uma alegria estar em sua presença.

Talvez tudo isso tenha mudado. Podemos pré-sentir que perdemos a Cristo daquela maneira que o conhecíamos, e o mais terrível é que o que nos sucumbe ainda mais são as tentativas de retomarmos as formas, as sensações com as quais achávamos que ele se manifestava, nos sentimos opressivamente culpados porque certas emoções não nos falam mais ao coração, e dizemos a culpa é toda minha.

Más gostaria de dizer que os processos de Deus são assim, e quer saber a verdade? Na maioria das vezes o que fazíamos achando ser o supra-sumo da espiritualidade não passava de atividade para Deus, ou no máximo, atividade com Deus.

Antes e depois de nós pessoas trilharam e trilharão pelos mesmos caminhos, mas o importante saber é que “Nós o encontramos para perdê-lo. Ninguém pode aprisionar ou conter Deus com mecanismos religiosos, com cultos deterministas ou fraseologias místicas esvaziadas de verdade.

Isaias sobre onde Deus está diz: “Habito num lugar alto e santo. Mas habito também com o contrito e humilde de Espírito” Is. 57.15. Veja como estão fora de nosso controle as sensações de presença! E esse é o maravilhoso mistério, Deus habita em nós, quanto mais perto chegamos mais longe ele fica; quanto mais longe ele fica mais perto está, processo de fé, certeza de coisas que não se vêem.

A espiritualidade cristã implica esse ir e vir da revelação da presença de Deus, a busca para encontrar-lo sem que possamos segurar-lo.

Temos comunhão com ele, mas não podemos deter-lo.